14 de julho de 2009

Trilha!



á é hora de parar, alguém falou certa vez. E era. Mas é difícil parar bruscamente, eu pensei. Precisava reduzir a marcha, diminuir a velocidade antes de pisar no freio. E ninguém nunca me disse quanto tempo isso poderia levar. Anos se passaram desde então. Anos lentos, cheios de buracos e curvas sinuosas. É verdade, havia alguns trechos bem bonitos na estrada, dependendo da estação. Havia flores em alguns canteiros, havia até magia em certas paisagens. Mas aí a chuva vinha e molhava o vidro do carro, molhava-me os olhos e a visão do caminho ficava turva e embaçada. Houve dias em que eu não enxeguei as placas de sinalização e passei direto nas pistas perigosas. Eram tantas. Viver é muito perigoso, já dizia uma Rosa em pleno Sertão. De fato, é. Tanto perigoso quanto emocionante. O problema surge mesmo quando a gente se acostuma com a essa emoção constante que sempre se acompanha do perigo imódico. Então, a vida vira uma cachoeira de adrenalina, onde a queda nem sempre é aprazível. E a gente acaba se machucando muito mais do que se divertindo no fechar das contas. Não me arrependo das trilhas que segui. Em algumas delas tive boas companhias que fizeram valer a pena cada passo mal dado. E aquelas nas quais andei sozinha, eu pude prestar mais atenção nos sinais de saída. Sempre há uma saída perto, boa ou ruim. Resta saber se agora eu já posso frear sem cavar um buraco no chão.

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